Depoimento exclusivo de Luiza Fardin,figurinista de BAIRRO DOS ESTRANHOS!

O figurino de "BAIRRO DOS ESTRANHOS" dialoga com a estética do interior do Brasil nas décadas de 1930 e 1940, com momentos em "flashback", para o final do século XIX. Os tons apastelados da paleta de cores nos trazem à lembrança, as fotografias antigas de família, em peças pontuadas estrategicamente com cores fortes e cheias de significados, que colorem momentos importantes da narrativa proposta por BAIRRO DOS ESTRANHOS.

Os Andarilhos, narradores fundamentais para esta história, são elementos atemporais, que "encarnam" os personagens coadjuvantes desta dramaturgia.

Trazem, em suas indumentárias, elementos que compõem suas trajetórias de andanças e o que agregarem ao longo deste caminho repleto de sabedoria popular e da filosofia do "senso comum".

Cada um deles carrega "signos-chave" que desenham suas personalidades e características únicas: o falador-glutão; a líder feminina que amarra as tramas; e por fim, o sábio, guardião do conhecimento.

A inspiração para os Andarilhos vem de: Arthur Bispo do Rosário, Profeta Gentileza e de observações de mendigos e andarilhos presentes no cotidiano carioca – pelas ruas de bairros como Centro, Glória, Flamengo, Catete, Largo do Machado e Copacabana.

Os demais personagens são vestidos com base nas histórias contadas por minha própria família, que vem do interior de Minas Gerais. E também das imagens das viagens de Getúlio Vargas pelo interior do Brasil, disponíveis no Arquivo Nacional.

Tudo isso, sem jamais esquecer o processo de acompanhamento cotidiano do rico trabalho do elenco em sala de ensaio, bem como absorvendo as orientações da direção.

Espero que apreciem esse trabalho, que é feito com todo o amor e carinho do mundo!

Beijos e bom espetáculo,

Luiza Fardin.
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